O professor de Sala de Leitura constitui-se em intermediário entre o livro e o leitor. Tem como uma das atribuições a de tornar a Sala de Leitura um ambiente atraente, representativo e dinâmico, atendendo com eficiência às necessidades dos alunos e dos professores. Seu maior papel é o de estimular a “leitura por prazer”, desenvolvendo a “hora do conto” em 01 hora/aula semanal. Para isso, deve promover exposições de trabalhos relacionados à leitura, considerando que a Sala de Leitura é um valioso centro de cultura. Para que desenvolva um trabalho coerente com a proposta pedagógica da unidade escolar, deve elaborar seu plano de trabalho em consonância com o Projeto Educativo da Escola, buscando articulação constante com os professores das diversas classes e componentes curriculares, elaborando seu horário de modo a atender todos os turnos de escola.
No que se refere ao direcionamento do horário de pesquisa, o (a) professor (a) deve orientar os leitores sobre o uso da Sala de Leitura, como realizar uma pesquisa, como selecionar a bibliografia e consultar um dicionário; como apresentar um trabalho, entre outros procedimentos. Deve se manter atualizado, quanto aos lançamentos literários, principalmente, os infantis e juvenis, requisitados pelo alunado.
Em relação à organização do espaço, o (a) profissional deve organizar a Sala de Leitura; efetuar registro do acervo e do empréstimo de livros; apresentar relatório das atividades desenvolvidas; cuidar da manutenção das obras literárias, providenciando reparos; solicitar atualização e enriquecimento do acervo à Secretaria Municipal de Educação.
Os profissionais selecionados para esse tipo de trabalho, necessitam de formação acadêmica compatível e de atender ao perfil previamente exigido, com apresentação de proposta de trabalho.
A eficácia do programa deve-se ao trabalho coletivo, envolvendo educadores, alunos e demais funcionários das Unidades Escolares.
Enfim, durante o trabalho de mediação de leituras é desejável que o professor ou o bibliotecário proporcionem aos alunos um intenso convívio com textos diversos, pois esses textos propiciam uma abertura para a realidade vivenciada pelo leitor, seja ela de natureza íntima ou social. Dessa forma, a leitura pode atuar na cognição do leitor, não representando a absorção de uma certa mensagem, antes, uma convivência particular com o mudo criado por meio do imaginário e, por consequência, uma revisão de conceitos prévios e a construção de uma nova visão sobre as coisas. O mediador, por meio de seu trabalho, pode favorecer a uma ruptura epistemológica que, segundo Pierre Bourdieu (2004, p 49), significa “[...] o pôr-em-suspenso as pré-construções vulgares e os princípios geralmente aplicados na realização dessas construções [...]”, ou seja, uma ruptura com modos de pensamento, conceitos, métodos que têm a seu favor todas as aparências do senso comum.
Pela conversão de obras num meio de cultura, dá-se relevo à função formadora da leitura. O desenvolvimento dessa função, por sua vez, incrementa no leitor a capacidade de compreensão e discernimento do mundo, de investigação e do posicionamento crítico perante a realidade. Contudo, para que ela se efetive, faz-se necessário que haja acesso democrático a obras e que esse acesso seja mediador por um educador. Para tanto, o papel da escola, da sala de aula e da biblioteca são fundamentais. Pode-se concluir que pertençam, não somente ao acervo escolar e cultural, mas ao seu imaginário, à sua história de leitura, ou seja, à sua biblioteca vivida. A constituição dessa biblioteca integra socialmente o leitor, pois, ao construí-la, ele se apropria gradativamente do que sempre lhe pertenceu: sua herança cultural.
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